INTERVENÇÕES URBANAS 1991 – 1992
SÃO NOSSOS TODOS OS CAMINHOS
EXPOSIÇÕES
PARA A CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA
NA PRAÇA S. JOÃO BAPTISTA
Com a hipótese de o atelier concorrer no concurso público promovido pela Câmara Municipal de Almada para a concepção e execução da exposição São Nossos Todos os Caminhos de 1991, na praça S. João Baptista, foi necessário pensar as coisas de uma forma a que, nem eu nem o atelier, estávamos habituados. Lembrava-me bem da exposição do ano anterior, criada com uma série de cubos sobrepostos em grupos de quatro, que ocupavam toda a praça. Seria preciso algo diferente e que suplantasse visualmente tudo o que fora apresentado anteriormente.
O projecto acabou por ser “clicado” (ou seja uma ideia surgiu) pelo arqº José Luís Amaro quando nos contou que tinha sonhado com a pirâmide de vidro do Louvre, do arquitecto Ieoh Ming Pei, que fora inaugurada em 1989 (três anos antes) e estava na berra nessa altura. Toda a gente achou que a ideia era excelente – não se pensou em mais nada – e fiquei encarregue de desenvolver o assunto, como projectista. Dormi sobre a ideia e surgiu-me a espécie de “visão” de uma pirâmide (não em vidro, claro) com doze metros de altura – pois havia que ultrapassar o arvoredo da praça S.João Baptista, para a coisa ter impacto – aberta ao meio e no interior da qual se montaria a exposição.
É mesmo certa esta ideia que o David Soares aplicou no livro de banda desenhada de que foi argumentista; "É de Noite que faço as Perguntas", porque na solidão nocturna, normalmente, é quando questionamos as coisas e quando, habitualmente nos chegam também as respostas...
A estrutura teria de ser tubular (não havia outra maneira para cercear os custos), concebi-a num traçado ortogonal em “degraus” e com as cores do município – amarelo e azul – assim a estrutura tubular seria forrada por uma espécie de sarja pintada, no exterior e a determinada altura do interior. No exterior seria num degradê de amarelo (cada “andar” com o seu tom) e no interior o azul. No espaço para a exposição usar-se-ia o tabopan pintado a azul. Fui portanto o autor do projecto da exposição (sob a ideia formal do conjunto do arqº José Luís Amaro), da concepção dos espaços expositivos, do logotipo e do catálogo. Executei também a maior parte das fotografias que constaram da exposição, com algumas do arqº Simões Raposo.
Desenhei o projecto e executei uma maqueta e a ideia ganhou o concurso público promovido pela Câmara.
Depois, enquanto uma empresa especializada construia a estrutura, tratei de fotografar tudo o que o guião fornecido pela Câmara contemplava. Percorri quase todo o Concelho, de máquina fotográfica na mão (ainda não haviam máquinas digitais) e realizei seguramente cerca de trezentas fotos, de obras municipais, aspectos do Concelho, zona ribeirinha do Tejo e pessoas, diria "toneladas", de munícipes, etc...
O arqº José Luís encarregou-se da execução da obra e do desenho das luzes para a iluminação nocturna.
Foto da maqueta
A planta, tal como foi publicada na primeira página do Catálogo
Contracapa e capa do Catálogo
AS FOTOS QUE ME SOBRARAM:
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A planta tal como foi publicada na primeira página do Catálogo
Foto da maqueta
Capa do Catálogo
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