sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

SÃO NOSSOS TODOS OS CAMINHOS – EXPOSIÇÕES PARA A CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA NA PRAÇA S.JOÃO BAPTISTA

INTERVENÇÕES URBANAS 1991 – 1992

SÃO NOSSOS TODOS OS CAMINHOS
 EXPOSIÇÕES 
PARA A CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA 
NA PRAÇA S. JOÃO BAPTISTA


Em 1991 comecei uma etapa diferente – para além do design gráfico e das maquetas de arquitectura – com o trabalho para a exposição anual da Câmara de Almada, através do Átris-Atelier de Arquitectura, dos arquitectos João Simões Raposo e José Luís Amaro.

Com a hipótese de o atelier concorrer no concurso público promovido pela Câmara Municipal de Almada para a concepção e execução da exposição São Nossos Todos os Caminhos de 1991, na praça S. João Baptista, foi necessário pensar as coisas de uma forma a que, nem eu nem o atelier, estávamos habituados. Lembrava-me bem da exposição do ano anterior, criada com uma série de cubos sobrepostos em grupos de quatro, que ocupavam toda a praça. Seria preciso algo diferente e que suplantasse visualmente tudo o que fora apresentado anteriormente.

O projecto acabou por ser “clicado” (ou seja uma ideia surgiu) pelo arqº José Luís Amaro quando nos contou que tinha sonhado com a pirâmide de vidro do Louvre, do arquitecto Ieoh Ming Pei, que fora inaugurada em 1989 (três anos antes) e estava na berra nessa altura. Toda a gente achou que a ideia era excelente – não se pensou em mais nada – e fiquei encarregue de desenvolver o assunto, como projectista. Dormi sobre a ideia e surgiu-me a espécie de “visão” de uma pirâmide (não em vidro, claro) com doze metros de altura – pois havia que ultrapassar o arvoredo da praça S.João Baptista, para a coisa ter impacto – aberta ao meio e no interior da qual se montaria a exposição.

É mesmo certa esta ideia que o David Soares aplicou no livro de banda desenhada de que foi argumentista; "É de Noite que faço as Perguntas", porque na solidão nocturna, normalmente, é quando questionamos as coisas e quando, habitualmente nos chegam também as respostas...

A estrutura teria de ser tubular (não havia outra maneira para cercear os custos), concebi-a num traçado ortogonal em “degraus” e com as cores do município – amarelo e azul – assim a estrutura tubular seria forrada por uma espécie de sarja pintada, no exterior e a determinada altura do interior. No exterior seria num degradê de amarelo (cada “andar” com o seu tom) e no interior o azul. No espaço para a exposição usar-se-ia o tabopan pintado a azul. Fui portanto o autor do projecto da exposição (sob a ideia formal do conjunto do arqº José Luís Amaro), da concepção dos espaços expositivos, do logotipo e do catálogo. Executei também a maior parte das fotografias que constaram da exposição, com algumas do arqº Simões Raposo.

Desenhei o projecto e executei uma maqueta e a ideia ganhou o concurso público promovido pela Câmara.

Depois, enquanto uma empresa especializada construia a estrutura, tratei de fotografar tudo o que o guião fornecido pela Câmara contemplava. Percorri quase todo o Concelho, de máquina fotográfica na mão (ainda não haviam máquinas digitais) e realizei seguramente cerca de trezentas fotos, de obras municipais, aspectos do Concelho, zona ribeirinha do Tejo e pessoas, diria "toneladas", de munícipes, etc...

O arqº José Luís encarregou-se da execução da obra e do desenho das luzes para a iluminação nocturna.

 Foto da maqueta
A planta, tal como foi publicada na primeira página do Catálogo

Contracapa e capa do Catálogo

AS FOTOS QUE ME SOBRARAM:













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Em 1992, o Átris ganhou de novo o concurso público para a exposição, desta vez com um projecto inteiramente meu. Infelizmente não tenho qualquer foto da exposição desse ano, apesar de ter realizado de novo centenas de fotos. Ficaram todas no Átris e, quado chegaram as desavenças, em 1997, não consegui ficar com foto alguma.
 A planta tal como foi publicada na primeira página do Catálogo

 Foto da maqueta

Capa do Catálogo

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Depois, só voltou a haver a exposição “São Nossos Todos os Caminhos” em 1997 e o Átris ganhou de novo o concurso. Dessa vez com projecto do arqº José Luis Amaro, em que apenas tive intervenção ao nível gráfico e na montagem da exposição. Também não tenho qualquer foto desta exposição. Estava numa fase muito complicada da vida pessoal e acabei por cortar definitivamente com os arquitectos do Àtris por questões financeiras, depois de termos trabalhado em conjunto durante quase quinze anos.

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