PEDRANOCHARCO II
A FASE FANZINESCA
(1999-2004)
Devo dizer que o meu interesse pela edição de banda desenhada se deveu a ter conhecido Victor Borges por volta de 1990/91. Ele editava o fanzine Dossier Top Secret (em formato A5) e, a partir de certa altura, mais precisamente em Março de 1992, comecei a colaborar na edição desse fanzine, ou mais prosaicamente a co-editar, a partir do #49 e até ao #55, publicado em Setembro de 1992.
Em 27 de Fevereiro desse ano e até 19 de Novembro colaborei no jornal regional Outra Banda, com uma página dedicada à BD, designada Outra Banda Desenhada – as 16 páginas publicadas dariam origem a um fanzine Colectânea com o mesmo nome.
Nessas páginas nasceram “As Aventuras de Paio Peres”, de que eram publicadas uma ou duas pranchas – em formato reduzido.
A certa altura comecei a desenvolver a ideia de criar um jornal sobre banda desenhada, tendo editado em Fevereiro de 1993, um fanzine (uma folha de formato A3, frente e verso) que intitulei Pedra nocharco. Em Julho desse ano criei também o Fanzine Pedra Pomes de Bandas Desenhadas, que não chegou a ser editado, mas que teve direito a uma exposição no Salão de BD da Sobreda desse ano.
Aspecto da exposição no Salão da Sobreda de 1993, com Victor Borges a ser fotografado nesta última foto.
Mas em Novembro de 1996 tentaria mesmo um jornal, designado BD in Fólio (#0), a que se seguiria o #1, em Janeiro de 1998. Eram jornais impressos em gráfica, com tiragens de mil exemplares. No entanto o meu desconhecimento do funcionamento do mercado e a consequente falta de distribuidor, fez com que tratasse pessoalmente (e militantemente) da venda, por abordagem directa, do jornal. Os mil exemplares do #1 foram vendidos durante o 1º Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada e no Festival da Amadora desse ano. Percebi que, apesar de não ter corrido mal, não era possível continuar a vender o jornal desse modo. Assim, o #2 foi editado em modo fanzine, com uma tiragem de 50 exemplares em formato A4 e vendido sobretudo na Tertúlia BD de Lisboa.
O BDpress chegou mesmo a ter um suplemento com a reportagem do Encontro da Tertúlia BD de Lisboa do mês anterior, já publicada no blogue Kuentro2:
Seguiu-se a aventura do BDjornal e... o resto.
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Caro amigo Jorge Machado Dias, são estes registos que fazem história e desvendam acontecimentos desconhecidos para muitos, principalmente nas situações em que o material não chegou a ser publicado. A fase de «partir-pedra» de tudo que se constrói, o alicerce do edifício, é da maior importância que seja divulgado, para que o «grande público» se aperceba de que nem tudo é «pêra doce».
ResponderEliminarObrigado Machado Dias por estas saudáveis recordações.
Abraço amigo do
José Ruy