sábado, 19 de novembro de 2016

PEDRANOCHARCO II – A FASE FANZINESCA (1999-2004)



PEDRANOCHARCO II
A FASE FANZINESCA
(1999-2004)

Devo dizer que o meu interesse pela edição de banda desenhada se deveu a ter conhecido Victor Borges por volta de 1990/91. Ele editava o fanzine Dossier Top Secret (em formato A5) e, a partir de certa altura, mais precisamente em Março de 1992, comecei a colaborar na edição desse fanzine, ou mais prosaicamente a co-editar, a partir do #49 e até ao #55, publicado em Setembro de 1992. 



  
Em 27 de Fevereiro desse ano e até 19 de Novembro colaborei no jornal regional Outra Banda, com uma página dedicada à BD, designada Outra Banda Desenhada – as 16 páginas publicadas dariam origem a um fanzine Colectânea com o mesmo nome.


Nessas páginas nasceram “As Aventuras de Paio Peres”, de que eram publicadas uma ou duas pranchas – em formato reduzido.

A certa altura comecei a desenvolver a ideia de criar um jornal sobre banda desenhada, tendo editado em Fevereiro de 1993, um fanzine (uma folha de formato A3, frente e verso) que intitulei Pedra nocharco. Em Julho desse ano criei também o Fanzine Pedra Pomes de Bandas Desenhadas, que não chegou a ser editado, mas que teve direito a uma exposição no Salão de BD da Sobreda desse ano.



Aspecto da exposição no Salão da Sobreda de 1993, com Victor Borges a ser fotografado nesta última foto.

Em 1995 nasceria a Pedranocharco Publicações, Lda., que editaria os dois álbuns de As Aventuras de Paio Peres e os outros que citei no post anterior.

Mas em Novembro de 1996 tentaria mesmo um jornal, designado BD in Fólio (#0), a que se seguiria o #1, em Janeiro de 1998. Eram jornais impressos em gráfica, com tiragens de mil exemplares. No entanto o meu desconhecimento do funcionamento do mercado e a consequente falta de distribuidor, fez com que tratasse pessoalmente (e militantemente) da venda, por abordagem directa, do jornal. Os mil exemplares do #1 foram vendidos durante o 1º Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada e no Festival da Amadora desse ano. Percebi que, apesar de não ter corrido mal, não era possível continuar a vender o jornal desse modo. Assim, o #2 foi editado em modo fanzine, com uma tiragem de 50 exemplares em formato A4 e vendido sobretudo na Tertúlia BD de Lisboa.



Em 2004, cinco anos depois da dissolução da Pedranocharco Publicações Lda., voltei à ideia de um fanzine, baseando-me sobretudo nas Folhas Volantes (mais conhecidas por “Folhas Verdes”), que Geraldes Lino distribuia, desde 1998, nos Encontros da Tertúlia BD de Lisboa, com recortes de artigos sobre BD publicados na imprensa. Dei ao fanzine o nome BDpress, de que editei mensalmente 15 números (com cerca de 60 páginas cada), até Março de 2005. Em Abril seria publicado o primeiro número do BDjornal.



O BDpress chegou mesmo a ter um suplemento com a reportagem do Encontro da Tertúlia BD de Lisboa do mês anterior, já publicada no blogue Kuentro2:


Seguiu-se a aventura do BDjornal e... o resto.

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1 comentário:

  1. Caro amigo Jorge Machado Dias, são estes registos que fazem história e desvendam acontecimentos desconhecidos para muitos, principalmente nas situações em que o material não chegou a ser publicado. A fase de «partir-pedra» de tudo que se constrói, o alicerce do edifício, é da maior importância que seja divulgado, para que o «grande público» se aperceba de que nem tudo é «pêra doce».
    Obrigado Machado Dias por estas saudáveis recordações.
    Abraço amigo do
    José Ruy

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