terça-feira, 19 de outubro de 2010

A SAGA DAS CAPAS PARA A COLECÇÃO CALIGRAFIAS, EDIÇÕES 70 – 1987 (2)

Como disse no post anterior, saíram quase de rajada, em 1987/88 quatro ou cinco livros da Colcção Caligrafias, das Edições 70. Depois de A GRANDE ARTE, de Ruben Fonseca e de MIUDAGEM, de Susan Minot (capa que falhei, como expliquei atrás), seguiu-se MORRER, de Arthur Schnitzler, MORTE SUSPENSA, de Maurice Blanchot e LOVE ME TENDER, de Catherine Texier, que foi a última que concebi e realizei. Mais uma vez chamo a atenção para as técnicas que utilizávamos naquela altura: fundos pintados, recortados, fotografados, etc... lettering Mecanorma, transparências com papel vegetal, recortes a x-acto ou tesoura, etc... etc...

O projecto dos layout das três primeiras capas (de que o segundo não foi utilizado, como já disse e que teve a particularidade de o fundo ter sido a fotografia em contraluz de uma chapa de esferovite, onde colei umas figuras pintadas a guache e recortadas), foi todo apresentado em fotografia...

O processo de MORTE SUSPENSA, de Maurice Blanchot:

Maquetas. Fundos pintados a spray, desenhos a lápis de grafite e de cor, quadros em recortes e transparência com vegetal.

 Estudos para a contracapa...

Estudo para a capa (o vegetal, aqui, rasgou-se)...

Capa Final - plano capa, contracapa e lombada:



As outras capas já saíram todas muito naturalmente:

Ilustração toda a guache.


Fundo em cor directa (negro: 100% das quatro cores - cyan, magenta, yellow e black) - ilustração em recorte de foto, com recurso a fotocópia de alta definição a cores, utilizando papel vegetal par dar o efeito...


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sábado, 16 de outubro de 2010

CONVITE DA NOVA VEGA PARA O LANÇAMENTO DE "A REPÚBLICA E OS JUDEUS"


Foi com a capa deste livro que iniciei este blogue. Agora, quem quiser pode ir ao seu lançamento.
Aqui fica o convite (não, não é design meu, mas não está mau).

Sobre o livro
O processo de emancipação dos judeus portugueses foi longo e difícil. Se Pombal manietou a Inquisição no último quartel do século XVIII, os liberais vintistas extirparam-na definitivamente e a República reabilitou e
legalizou as comunidades judaicas. A lei da Separação da Igreja e do Estado e a Constituição de 1911 criaram um novo paradigma religioso, que proporcionou ao judaísmo uma verdadeira liberdade de culto, como nunca acontecera em quase oito séculos de existência do Reino.
As duas maiores comunidades judaicas foram legalizadas em 1912 (Lisboa) e 1923 (Porto), em plena República. Os republicanos no poder não se limitaram a desculpabilizar-se pelos quase três séculos de discriminação, antes chamaram alguns judeus, desde a primeira hora, para colaborarem na obra do novo regime. No lado oposto do projecto republicano, os anti-semitas fizeram tudo o que puderam para denegrir a República. No fundo, o anti-semitismo foi, para os integralistas, essencialmente um pretexto para combater a República. E a República respondeu-lhes com a legalização e a dignificação dos nossos judeus, situação que não mais voltaria a retroceder e se reforçaria após o 25 de Abril de 1974, com a Constituição de 1976 e a Lei da Liberdade Religiosa, de 2001.

Sobre o autor
Jorge Martins é doutorado em História Contemporânea pela Faculdade de Letras de Lisboa (2006) e professor de História desde 1978. Pertence ao quadro da Escola Secundária Braamcamp Freire, Pontinha, é professor convidado do Instituto Superior de Ciências Educativas – Odivelas e investigador do Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa do ISCTE – Lisboa. Tem exercido actividade de formador em centros de formação de professores e é autor de manuais escolares, obras de ficção e ensaio, designadamente, sobre história contemporânea, história local e estudos judaicos. É autor dos três volumes de Portugal e os Judeus e Breve História dos Judeus em Portugal, também publicados sob a chancela Vega.

Destaques
• Investigação inédita sobre a integração dos judeus na sociedade portuguesa após a implantação da República;
• Do mesmo autor da obra Portugal e os Judeus (3 Vols.) e Breve História dos Judeus em Portugal.

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A SAGA DAS CAPAS PARA A COLECÇÃO CALIGRAFIAS, EDIÇÕES 70 – 1987

J.J.Soares da Costa, depois de fazer as pazes com Eduardo Prado Coelho (o “bolinha semiótica”, como lhe chamavam na Universidade Nova nessa altura e não sei porque estavam eles de relações cortadas…), resolveu criar uma colecção de literatura, coisa que não constava do catálogo das 70, dirigida por EPC, com a designação Caligrafias.

O primeiro título, que tive que ler (felizmente, porque fiquei fã do autor), era do brasileiro Ruben Fonseca, A GRANDE ARTE. Como já tinha ensaiado o layout geral, realizei a composição recorrendo a uma colagem de recortes vários, tendo realizado sobre a foto de fundo, uma intervenção desenhada a tinta da china (as palmeiras).

Para o segundo volume da colecção, MIUDAGEM, de Susan Minot, e por uma birra do editor, devido a não me ter despachado com a criação da capa no tempo que ele estabeleceu, foi entregue a umas "meninas" acabadas de formar em design (salvo erro pelo IADE) e que o deixaram “derretido” na reunião de apresentação daquilo que, considerei um “objecto estranho” à colecção, mas enfim, ele é que mandava e eu ganhava o mesmo – tinha ordenado mensal fixo. Soares da Costa ficou arrependido de ter aceite o trabalho das “meninas” quando, propositadamente depois da edição do livro, lhe mostrei a maqueta da minha capa.

Fiquemo-nos por hoje com A GRANDE ARTE

Maquetas para o layout da colecção Caligrafias.

Capa final (aprovada a única proposta).

Original da foto de base, com a colagem em primeiro plano da imagem de um "cadáver" (havia várias mulheres assssinadas no livro), e com as indicações para a gráfica.

Indicações para montagem do plano geral da capa, para a gráfica.

Plano da capa, contracapa e lombada.

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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

CAPAS PARA A EDITORIAL NOTÍCIAS - ANOS 1990 : capa da CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

Não tem nada (ou quase nada) a ver. Mas já que se festeja por aí, alarvemente, a instauração da ditadura do Partido Republicano (mais tarde "Democrático"), sob a designação de República - explico esta minha opinião no blogue Kuentro 2, aqui fica esta capa, da CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, realizada já não me lembro em que ano da década de 1990, para a Editorial Notícias. A técnica utilizada foi a depuração completa de uma outra usada em duas ou três capas das Edições 70, com base em fotografias de maquetagem em esferovite - e também para os logotipos do catálogo da galeria Diário de Notícias, no Chiado -, de que falarei a seu tempo.



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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CAPAS PARA A EDITORIAL NOTÍCIAS - ANOS 1990

Comecei a trabalhar para a Editorial Notícias como freelancer quando a directora de produção das Edições 70, Virginia Caldeira, mudou de editora, talvez em 1987. Como a Ed. Notícias estava agrupada com a Editorial Domingos Barreira, do Porto, fiz algumas capas para essa chancela, que mostro a seguir.

A COZINHA IDEAL
Tratado completo de Cozinha, Pastelaria e Bar
Manuel Ferreira
Editorial Domingos Barreira, 1989

Foi tudo feito com recortes a x-acto, transparências com papel vegetal, etc... trabalho puramente manual.


Capa, lombada e contracapa:


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